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Globo põe figurantes em auditório sem testar para Covid-19 e gera indignação

Toda sexta-feira, na sede da Globo em São Paulo, uma turma de figurantes é reunida em um auditório para bater palmas e cantar durante a gravação da Super Dança dos Famosos. Entretanto, alguns colaboradores da claque estão indignados. Só nas últimas duas semanas, oito pessoas desistiram do trabalho na hora H por medo. O problema é que o grupo, com mais de 30 pessoas, não é testado para Covid-19.

Ao se queixarem, eles dizem que são ignorados pela produção. Fontes ouvidas pelo Notícias da TV afirmam que o risco de contaminação não intimida quem organiza o trabalho nos bastidores. Outra reclamação relatada pelos figurantes é a redução no cachê desde a saída de Fausto Silva.

O colaborador da claque recebia R$ 160 pelo trabalho, que começava 15h30 e terminava por volta das 20h30 na época do Domingão do Faustão. Com a suspensão do programa, o valor diminuiu, passou para R$ 100, mas a quantidade de horasde trabalho aumentou.

O profissional tem de chegar à Globo às 14h agora. “Se arriscar por R$ 100 não dá não”, conta um dos figurantes. “Eles fazem exame [para detectar o Sars-Cov-2] no Tiago [Leifert], no diretor e nos convidados e só. A equipe não faz, nem a gente que é claque. Na claque, a gente fica numa sala, sentado numa cadeira, cantando e batendo palma, com um microfone gravando o áudio para colocarem as palmas no programa. E o artista que está cantando ouve as palmas como se fosse uma plateia que estivesse perto dele, curtindo a apresentação”, explica um dos colaboradores ouvidos. Questionada, a Globo enviou uma nota com esclarecimentos:

São submetidos à testagem todas as pessoas que precisam tirar as máscara para gravar e aqueles que têm contato com quem grava sem máscara. Os demais colaboradores que transitam pelos Estúdios Globo seguem os protocolos de segurança da Globo, que estão de acordo com as orientações dos órgãos de saúde e incluem o uso de máscaras, circulação restrita e o distanciamento social como formas de prevenção à Covid-19. O pagamento da claque é de responsabilidade das agências contratadas.

Outra fonte ouvida pelo Notícias da TV conta que foi retirada da gravação porque questionou a falta do teste para Covid-19, já que fez figuração em novelas gravadas durante a pandemia e foi submetido ao exame.

A resposta dada pela produtora, de acordo com o participante da claque, foi a de que o teste não é necessário e que álcool em gel e máscara eram o suficiente.

“Dão uma roupa preta para gente colocar, que não adianta de nada, e mandam você sentar na cadeira. Tem muita gente que mora longe, que pega trem, ônibus, passa por muitos lugares até chegar à Globo”, declara o colaborador.

“Mas, quando questionei, falaram que tem muita gente querendo trabalhar e que, nesse momento difícil, eles [a Globo] precisam de ajuda. Mas eu não fui o único a sair, e mais pessoas têm se recusado a ficar lá trancado em ficar lá trancado em um ambiente fechado sem fazer o teste”, completa a figurante.

A figuração que integra a claque vai até a emissora. Esse trabalho é diferente das pessoas cujos os rostos aparecem em telas no palco da atração. Essa plateia virtual não tem som, por isso, figurantes credenciados por uma agência são convocados para “alegrar” sonoramente o programa dominical comandado por Tiago Leifert.

Fonte:noticiasdatv.uol

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